Quase tropecei
Abaixo de meus olhos
e ao lado
de meus pensamentos corridos
havia um expressivo
rosto infantil
Ele dormia sem pressa
no colchão de pedra
coberto de piche
Suas feições tranquilas
destoavam do frio
daquela manhã
Corpo seminu
em formato
de concha
Olhos cerrados
Cílios atentos
Vida de rua
Eliana Pichinine
“Quase tropecei
ResponderExcluirAbaixo de meus olhos
e ao lado
de meus pensamentos corridos”
Eliana Pichinine
http://versoseanversosfotogenicos.blogspot.com
“Afinal, quem são os civilizados e quem são os bárbaros?”
ASSIS FURRIEL
http://blogdochicofurriel.blogspot.com
“Quase tropecei”. Quantas vezes andamos pelas ruas de nossa vida sem ter o olhar para o outro. Subimos escadas, entramos em elevadores, abrimos portas, fechamos janelas, nos conectamos, mas não nos vemos. Fechamo-nos nesse pequeno mundo de nossa bem pequena existência. “Abaixo dos meus olhos e ao lado”, todos os dias, se procurarmos veremos as mãos, olhares, sonhos inacabados. Enquanto isso nossos olhos estão além da nossa alma, estão projetados para um infinito que mais parece um ponto projetado em uma tela com uma perspectiva limitada por essa nossa civilidade. “Meus pensamentos corridos” não nos permitem parar para refletir, algo que há muito não ousamos, algo que, com a velocidade das informações de nossa vida frenética, ocorre em poucos momentos, como ao ler uma linda poesia ou um belo texto como estes acima. ”Afinal , quem são os civilizados e quem são os bárbaros?” Que civilidade essa que nos corrói a humanidade? Que civilidade essa que nos faz cegos ao outro?
Nelson Marques
Eliana,
ResponderExcluirestive por um bom tempo pra comentar esse texto. Esse tema é por demais inquietante e pelo visto, tem estado muito presente em seu dia-a-dia.
Orar, pedidindo à Deus pelos pobres de tudo e fazer alguma coisa, pequena que seja, por alguém ou numa tarefa do bem, é o que eu tenho procurado fazer para aliviar essa aflição.
Sinto que esse poema não me extraia sorrisos, somente lágrimas!
Nelson,
ResponderExcluirGostei da sua sensível análise acerca da temática em questão.
Obrigada pela participção e parabéns pela criatividade.
bjs!
Assis,
ResponderExcluirEste poema foi criado em 9 de junho de 2010. Infelizmente é um tema ainda muito atualizado e por isso sempre nos dá a sensação de que é infinito...
Pelo menos na rua em que eu vi a cena descrita não tenho visto mais essa situação. Talvez pela atuação da prefeitura naquelas redondezas.
bjs!
bjs!