a morte é um corte transparente e afiado que separa as cores do arco-íris e deixa entrelinhas por toda parte Eliana Pichinine

saudade ferida aberta cicatriz recente ou antiga não escondo a sua existência e assumindo o coração quebradiço tento respeitar o momento de cada pedaço Eliana Pichinine

Querida Quinn, nunca mais você estará aqui e ao mesmo tempo sempre estará não saberei expressar o quanto a minha vida ficou mais bela com as suas patinhas em meus cabelos “amassando pãozinho“ e ronronando em meus ouvidos que privilégio ter convivido com a sua presença no auge da pandemia e até ontem o relógio mostra que não terei mais você na janela como na noite passada será difícil fazer o desenlace preciso ter força para cuidar da sua irmã a FELV levou você mas nunca o amor que nasceu e ficou enraizado a despedida foi no dia mundial da poesia e sendo um verso encantado sei que você me acompanhará na lembrança até o dia em que do outro lado da ponte possamos nos reencontrar Eliana Pichinine

tarefa diária: cortar os pulsos de hábitos que impedem a construção da autoestima ao ponto de não mais cair no conto do patriarcado que insiste na ideia de propriedade sobre alguém justificando o feminicídio recorrente Eliana Pichinine

mulheres 8 de março é histórico não é “historinha para boi dormir” graças à coragem das ancestrais eu todas todos e todes podemos continuar na luta contra o machismo e a enraizada misoginia Eliana Pichinine

selfie tem amor que posa mas não pousa Eliana Pichinine