domingo, 16 de novembro de 2014

SILHUETA



 

Parecia

alada

aquela

mulher


Somente

as madeixas

cobriam

seu corpo


Vestia

sensualidade


O mar

sussurrava

em seus pelos



A cada 

olhar dela

para o  horizonte

surgiam

cenários pictóricos


Quando percebi

ao meu  redor

outros

da minha espécime

aguardavam

também descobrir

como voar

com os pés

na areia





A força

da lua


  regia

a dança

daquele corpo


Ela não pedia

aplausos

nem tampouco

o céu


Queria apenas 

 aprender 

a sorrir

com a 

felicidade

e a

aceitar

os reveses

do seu coração 


Começou 

pelo  toque

no rosto

 Aos poucos

sentiu

a garganta

soar em silêncio

e

as emoções bombearem 

em seu peito


Naquele instante

o  pouso aconteceria

gradativamente



Eu e os outros

pássaros 

tocamos em 

suas mãos


enfeitiçados

por tamanha 

beleza

fechamos os olhos

e também aprendemos a flutuar


sem que nenhum bater de asas acontecesse

Eliana Pichinine

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