Parecia
alada
aquela
mulher
Somente
as madeixas
cobriam
seu corpo
Vestia
sensualidade
O mar
sussurrava
em seus pelos
A cada
olhar
dela
para
o horizonte
surgiam
cenários
pictóricos
Quando
percebi
ao
meu redor
outros
da minha
espécime
aguardavam
também
descobrir
como voar
com os
pés
na areia
A força
da lua
regia
a dança
daquele corpo
Ela não pedia
aplausos
nem tampouco
o céu
Queria apenas
aprender
a sorrir
com
a
felicidade
e a
aceitar
os reveses
do seu coração
Começou
pelo toque
no rosto
Aos
poucos
sentiu
a garganta
soar em silêncio
e
as
emoções bombearem
em seu
peito
Naquele instante
o pouso aconteceria
gradativamente
Eu e os outros
pássaros
tocamos em
suas mãos
e
enfeitiçados
por tamanha
beleza
fechamos os olhos
e também aprendemos a flutuar
sem que nenhum bater de asas acontecesse
Eliana Pichinine
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