VOCÊ

Encontrei

você

no

meio

do

canto

do


meu

querer

20/4/12 & 21/4/12

Eliana Pichinine

VOCÊ

Encontrei

você

no

meio

do

canto

do


meu

querer



Eliana Pichinine

VIDRO TEMPERADO

As cinzas daquela paixão

sobrevoaram horizontes


Passearam em outros mares

e azuladas se mostraram


Nas montanhas mais altas

colheram a cor das rochas


Atravessaram as flores

e conheceram o furta-cor


Déc 90 & 23/5/10

Eliana Pichinine

PORTA

A fresta


refrescou


a mente






Saí





Eliana Pichinine

XEPA

Catei

restos

de

olhares

folhas

verdes

de

esperança

e

maçãs

de

amor

16/5/12
Eliana Pichinine

Feijão na panela

Caseiro

aroma

invadiu

lembranças

de

uma

menina

que

percebia

o

mundo

mas

não

revelava

as

descobertas

que

guardava

no silêncio

de seus

lábios

e no alvoroço

de

seus olhos


8/3/12 & 21/5/12

Eliana Pichinine

FORA DO LUGAR

Prato sobre a mesa

Dinheiro na carteira

Óculos no rosto

Luvas na gaveta

Amor num (con) fuso horário


Eliana Pichinine

ARREPIO

Lembrança cravada

no dorso da pele



Lembrança  gravada

no corpo da mente



25/5/10

Eliana Pichinine

SARAU Retrós com a Língua Solta

Queridos leitores deste blog,
O livro Retrós resolveu participar de uma tarde poética no Sarau Retrós com a Língua Solta.
Este evento será realizado no dia 24/11/12.
Horário:  de 15h30 às 19h30.
Local : Sala de leitura do Centro Cultural Justiça Federal- Av. Rio Branco, 241- RJ

Será um prazer poder receber poetas, amigos e amantes da poesia. Serão lidos poemas do livro Retrós (de minha autoria), poemas de Margarete Amaral, além de outros poetas!

Até lá!!!!

VESTES

A pele

que

visto

me

aquece



O livro

que

devoro

me

alimenta


10/4/12

Eliana Pichinine

POUSAR

Repouso

é

pousar

quantas

vezes?


Eliana Pichinine

BEIJO IMAGINÁRIO

O primeiro


O único


O nosso

                     esconderijo


13/3/10

Eliana Pichinine

MUDEI

já fui

assim


sou

mais

não


hoje

estou

aqui


amanhã

quero

não


Eliana Pichinine

VOO

Olhos


fechados:

                    Alma

                    liberta



Eliana Pichinine

NAMORO

 mãos

entrelaçadas



beijos

prometidos


olhares

enamorados


peles

enrubescidas


12/6/12

Eliana Pichinine

NAMORADEIRA

Na sacada

a

namoradeira


recebia


a


serenata



Mal sabia

o

cantador


que

o


brilho


daquele


olhar


era


apenas


verniz



16/8/12

Eliana Pichinine

LUA MINGUANTE

lua minguante

cochila

na rede


espreita

as estrelas

     Eliana Pichinine

SUSPIRO

A medusa no fundo do poço,

onde não procuro nada,

me chama com seu olhar

de nostalgia.

Sobem as águas escuras,

plenas de tudo o que receio

mas quero ter

 e dar um dia.



Só me resta mergulhar:

primeiro as mãos em ponta

cheias de encontro e de adeus,

depois o rosto desmascarado,

o corpo exausto que se adia.

E por fim,

muito mais calma,

isso que me sobrou de alma


Lya Luft

(In: Para não dizer Adeus)

ALÉM

Morte


é


vida


desnuda?



11/3/10

Eliana Pichinine

DA ROSA

DA ROSA

A rosa,

não buscava a aurora:

quase eterna em seu ramo,

buscava outra coisa.


A rosa,

não buscava nem ciência nem sombra:

confim de carne e sonho,

buscava outra coisa.


A rosa,

não buscava a rosa.

Imóvel lá no céu

buscava outra coisa.


Federico García Lorca


GARCÍA LORCA,  Federico- Sonetos do Amor Obscuro e Divã do Tamarit, Folha, São Paulo, 2012.

DÚVIDAS

Certezas


questionadas


Interrogação


no


olhar:



    Mente

 
   trabalhando


6/3/10

Eliana Pichinine

CABIDE

Só


caberá


o


que


sinto


agora


Depois


caberá


outro


agora

26/8/11

Eliana Pichinine

BALANÇA

apenas

pesei

o

que

sentia


Eliana Pichinine

AMOR E SEUS CONTRAPONTOS

ama-se

em movimentos

bruscos

ou não

em silêncio

ou num estandarte

ama-se simplesmente

                      Eliana Pichinine

SILÊNCIO DANÇANTE

sabes
que
não
tolero

o
bolero
do teu

silêncio

Eliana Pichinine

PRATO FUNDO

Amor retocado


num prato raso


de volúpia



não alimenta


a incessante


fome


enamorada


13/12/11

Eliana Pichinine

SONHANDO

     
Meu sonho


dormiu


aqui


por

 
cima


da


inspiração


no meio


 da


expiração


acima


 do


bem e do mal

 Eliana Pichinine

RECITANDO

Entre

a


caneta



e


o


papel



há



um



mundo


aqui



9/10/11

Eliana Pichinine

CALENDÁRIO

Somos

fisgados



pelo

tempo


por

quanto


tempo?



12/12/11
Eliana Pichinine

Desfecho

Machuquei


o coração


na quina


do seu


olhar


30/6/11

Eliana Pichinine

De algum jeito

 Quero



 sentir



  tua


 presença


espalhando


cores


numa tela




contando




histórias




na orelha



de um livro




vestindo



uma fotografia


25/5/11

Eliana Pichinine

Prazer

Visto


sua



pele



quando



segue



o caminho



do prazer


8/10/11


Eliana Pichinine

Passos

Escuto



teus



passos



naquele




sorriso




que




me



fita


novembro de 2011

Eliana Pichinine

Dedilhado

Dedilhei

um


verso


que

brincava


de


cantar


12/1/12

Eliana Pichinine

Teia

Extraiu


de


mim


o


néctar


Distraiu


a minha


atenção


Caí


na


teia


3/5/11 & 15/5/11

Eliana Pichinine

Aconteça

Demore pouco


Chegue perto



Deixe tuas mãos
 


 sobre



meus segredos


 14  / 8  /  11
Eliana Pichinine
 

Horizonte

Traços

de

luz

serenaram

com

as

lágrimas

do

mar


4/8/11
Eliana Pichinine

Ruiu

Aquele


amor


ruiu


na


palma


do



coração


9/1/2/11

Eliana Pichinine

Baticum

 Este

olhar


sapateou

por  aqui


Ensaiou


com[passos]


eternos




2/10/11

Eliana Pichinine

Terno

      Quando você

       chegava

     de

 viagem

vestindo

a ternura

da sua

presença

o

    terno

escuro

que

cobria

seu corpo

tornava-se

um atrativo

claramente

irresistível

21/6/11

Eliana Pichinine

Fui e voltei

Ouvi


histórias


contadas


por


minha



mãe




Fui

o

bebê


das


minhas


irmãs




Valsei


com


meu


pai





Saí

do

casulo




Noivei


com


meu amor




Cantei


com


meus


 filhos


 14/10/11, 22/10/11&31/10/11

Eliana Pichinine

Gravetos

Gravetos

engavetados

não

aquecem

11/11/11

Eliana Pichinine

Pontes de Madison*

Os pingos

 lá fora

molhavam

o asfalto

 As minhas

 lágrimas

escorriam

dentro

do carro

 Semáforo

verde

para os

transeuntes

 vermelho

para a minha

coragem

 de abandonar

aquela

vida

desgastada

 A vontade

de confessar

  a descoberta

 de um grande amor

 que há pouco

reconheci

 saltava

do meu

peito

 e quase

foi realizada   

          

         

 Decisão

inebriante

O sinal

 abriu

 e a esperança

foi desmanchada

 Segundos

indecisos

quase

mudaram

toda

a minha

vida

 Meus dedos

trêmulos

 seguraram

ferozmente

 a tranca

da porta

  

e apertaram

lentamente

 a coragem

de sair

e   de atravessar

a porta do

outro veículo

 onde

o meu intenso

amor

 aguardava

a minha

chegada

Jamais

consegui

guiar a vida

como outrora

 Ele  sabia

dos meus

desejos

e levou

o meu coração

para sempre

 Respeitou

a minha decisão

E assim  

não nos veríamos

novamente

Escolhas

na vida

são feitas

Nunca

saberei

se foi

a melhor

decisão

 15/6/11& 17/6/11

Eliana Pichinine

*Este poema foi baseado numa cena do filme “As Pontes de Madison”. O texto é uma interpretação sobre o que a personagem principal do filme estaria sentindo nesta cena decisiva entre ficar ou não com o grande amor da vida dela. 

Céu enluarado

   
Manto


da noite


regado


de


argentum




Eliana Pichinine

Vento e água

 Atravessei


a cor


do


vento


e


das


gotículas


d`água


extraí


sabor

26/6/11 & 30/6/11
Eliana Pichinine

Ferrugem *

Ferrugem

anuncia


passagem

do presente


Incorpora

peles

do tempo


Compõe

novo

formato


Reverencia

a finitude


Colore

a transitoriedade


8/7/11
Eliana Pichinine

*Um brinde à transitoriedade do que é /ou está enferrujado em nós mesmos!!!!

TRILHAS

No


trajeto

daqueles

versos

deixei

pegadas

20/4/11
Eliana Pichinine

Polegar

Macaco

dentro

da

jaula


olhando

os

visitantes:

   polegar pensativo


Eliana Pichinine
27/9/11

Os versos que te fiz

Deixa dizer-te os lindos versos raros

Que a minha boca tem para dizer!

São talhados em mármore Paros

Cinzelados por mim pra te oferecer!

Têm dolência de veludos caros,

São como sedas pálidas a arder...

dizer-te os lindos versos raros

Que foram feitos pra te endoidecer!

Mas, meu Amor, eu não tos digo ainda.

Que a boca da mulher é sempre linda

Se dentro guarda um verso que não fiz!

Amo-te tanto! E nunca te beijei...

E nesse beijo, Amor, que eu te não dei

Guardo os versos mais lindos que te fiz!

   Florbela Espanca

Fonte: www.releituras.com.br

Conversa com o espelho

Cuidarei de você sem tantos atropelos de outrora Cafuné será rotina Ohares rimados com sorrisos acontecerão 25/6/11 Eliana Pichinine

Mi amor*

Encantadora


e reluzente


Menina


de


vontade


arrebitada

1/8/10

* Assim é que a menina mais encantadora do mundo declara o amor dela aos 2 anos.

Olhos do mar

Aqueles olhos

 curiosos

brilharam

A pele

da praia

expandia

grãos

de intensa

  luz

  As mãos

douradas

do menino

espalmaram

Sentiram

  o encanto

reluzente

 Os mesmos olhos

espelhavam

o verde

 daquelas

ondas

e mesclavam- se

com a  beleza

das marés

8/6/10, 2/9/10 & 2/9/10

Eliana Pichinine

Golpe de 64

A DITADURA



                  ATERRA


ENTERRA

                  SOTERRA

DESTERRA

1/4/11
Eliana Pichinine

Ímã

Parti


sem


ter


ido


30/3/10

Eliana Pichinie

Comemoração de 1 ano do livro Retrós!

Queridos leitores,

O lançamento do livro Retrós estará completando 1 ano (amanhã - dia 26/3/12)!  A  comemoração será iniciada com o poema Marionete para iniciar a apresentação de vídeo com a leitura de poemas .

 Aos poucos outros vídeos com poemas de minha autoria serão apresentados.

Grande beijo  a todos !

http://youtu.be/pIf0OpMa3io

Inspiração

Piracema


nas águas

do pensamento

Húmus


nos canteiros

da imaginação

4/8/10 & 6/8/10

Eliana Pichinine

Camuflagem

Bem me quer

no olhar


 Mal me quer

 nas atitudes


Desejo

matizado


Vontade

escondida


 Decisão

 escorregadia


 Pele

de camaleão

17/2/10
Eliana Pichinine

Madruguei II

Ainda é lua

atrás da janela

e já acordei

　

Minguante

ela

apareceu

　

Janelas

acesas

dos prédios

insones

　

acompanham

o recado lunar

　

Madrugada

exalando luz

pelos poros

　

　

　
incandesce

a imaginação

　

devasta

o silêncio

das cores

　

descortina

sensações

　

ainda não

reveladas

31/1/11,7/2/11&20/3/11

Eliana Pichinine
                                                                                                        Para  Mari Mari Tiscate

Noel Rosa *

Poeta

das vilas

das calçadas

das rosas

8/11/11

Eliana Pichinine


*  Após ouvir uma canção postada  num vídeo elaborado por Assis Furriel, resolvi homenagear o poeta.

Meu cartão-postal

 

Sem você por perto

o Pão de Açúcar derrete

o Cristo não abraça

 as praias secam

o Rio fica aguado

 1/3/10
Eliana Pichinine

Doce de coco*

Um doce de coco

passou por mim

Ficou em minha vida

  e mais doce fiquei

A cegonha muito atenta

percebeu a situação

Pousou mel

  no coqueiro

     e

   trouxe

cinco docinhos

para a celebração

13/4/11 & 20/4/11

Eliana Pichinine

*Dedico ao meu pai e ao encontro dele com minha mãe.  Doce de coco era forma como chamava minha mãe.

nó

 apertado na garganta

como nó de gravata

 o grito preso me arranha.


Diana Pichinine

Máquina de costura*

Linha e agulha

seguindo

a vontade

do pedal

daquela

artesã

Retalhos

revestidos

de atalhos

 para

a doce

aventura

 Vida

cerzida

nos tecidos

da imaginação

7/711, 8/7/11

Eliana Pichinine

*Para minha mãe