quarta-feira, 30 de maio de 2018
Meu pai
Ele usava bigode e barba.
Depois de um tempo raspava.
Indagava às filhas quando deixar crescer novamente.
Aconteceu assim durante a minha infância.
No fundo era ele: barbudo ou não.
Meu querido pai.
Saudade bateu forte.
Eliana Pichinine
segunda-feira, 28 de maio de 2018
Poeira
Senta
tenho
tanta coisa pra te contar.
Estava
aqui agorinha pensando
e
passou por mim um rastro de luz.
Sabe
quando você abre a janela,
a
luz entra e mostra a poeira
dançando
como bailarina?
Foi
assim que senti cá dentro.
Sou
repleta de luz e de inúmeras partículas.
Tenho
pintas, manchas e pingos de experiências pelo caminho que trilhei.
Chego
a ser rouxinol alguns dias e um verdadeiro espantalho quando fico parada
deixando os corvos atingirem os fios do pensamento. E logo percebo: os maiores
algozes estão dentro de mim.
Posso
ser tanto mais. Todos podem.
Então
por que apenas passo, quando quero ultrapassar ?
E
quando pulo, deveria engatinhar?
Não
decifrar talvez seja uma possível resposta, e sentir seja um dos caminhos.
Pronto.
Acho que agora já tenho o esboço do texto que escreverei.
Boa
noite, espelho!
Eliana
Pichinine
domingo, 27 de maio de 2018
sexta-feira, 25 de maio de 2018
meio clichê
dois
pombinhos
na
janela apreciando o luar
trocam
juras de amor
atire
o primeiro verso
quem
nunca viveu um clichê
Eliana
Pichinine
quinta-feira, 10 de maio de 2018
Escolhas
alguns
sem apreço pelo sabor
sem apreço pelo sabor
contentam-se
com o insosso
não
lambem os dedos da vida
outros
raspam
a panela
e
saboreiam as vísceras de cada momento
Eliana
Pichinine
sábado, 5 de maio de 2018
Tarzan
olhou
pra dentro de
si
bateu no peito
chacoalhou a multidão adormecida
Eliana
Pichinine
quinta-feira, 3 de maio de 2018
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