o lençol

era verde-água

o resto

era o colorido

fundo do (a) mar

Eliana Pichinine

mariposa

posa

toda

prosa

no

poema


Eliana Pichinine

que a poesia

invada

a tua

privacidade

Eliana Pichinine

miséria

é

coisa

séria


Eliana Pichinine

Beijo

 

dei um murro

no muro da palavra

Eliana Pichinine

Paralelo*

se o que vejo

é reflexo

quem mora

dentro do espelho?

Eliana Pichinine

* inspirado numa conversa com o meu filho

Macaréu na Livraria Sabor Literário

Queridos leitores,


  O lançamento do livro Macaréu está chegando!!!!
Dia 12/12/15- das 19hàs 22h
Livraria Sabor Literário- Rua Conde Bernadotte, 26 - lj125

- Leblon Rio de Janeiro

a minha

imaginação

é tátil


Eliana Pichinine

 
sinais

em

teu

corpo:

constelação

Eliana Pichinine

 
verso

repentista

inventa

a poesia

do agora

Eliana Pichinine

LANÇAMENTO DO LIVRO MACARÉU

Queridos leitores,



 Com muita satisfação informo que será lançado o meu segundo livro de poesia. Será no dia 12/12/15, das 19h às 22h  na Livraria Sabor Literário - Leblon- Rio de Janeiro.
Salve MACARÉU!!!!!

Beijos,


Eliana Pichinine

O amor

sentou-se à mesa

garfou o momento

quebrou o gelo

Eliana Pichinine

venha


sem


máscara

e

com


fantasias

Eliana Pichinine

  gosto

quando

acento

e

letra

assumem
o

encontro


Eliana Pichinine

Página

coração


ma


la


ba


rista


tenta


virar

a

página


Eliana Pichinine

sobra

 

com você


não quero


sobra de tempo


quero tempo de sobra

Eliana Pichinine

ficará a lembrança

na retina  da pulsação




Eliana Pichinine

 

o azul daquele dia

mergulhou

no infinito

do teu olhar

Eliana Pichinine

 

chão quieto

escuta

o silêncio

balançando

a cadeira

Eliana Pichinine

Saudade

bateu uma saudade

do seu coração

sem idade


Eliana Pichiniine

TROPEÇO

 
tropeço

naqueles

dias

felizes

sempre

que

tua

imagem

visita meus

sonhos

Eliana Pichinine

Ressaca azul

 

O cadeado

da porta

e o

o muro

não

afogam

o som

azul das ondas

Eliana Pichinine

sem

o ar puro

do teu olhar

fiquei

em apuros

Eliana Pichinine

APENAS

Tomara

que

seja

[apenas]

impressão



Tomara

que

seja

[apenas]

rouquidão

de

um

suspiro

aturdido

que

[apenas]

confundiu

o

brilho

da

manhã

com

o

teu

olhar

Eliana Pichinine

 
sou finita

e minhas

ilusões

também

Eliana Pichinine

Girassol

 

Tornei-me

solar

a cada

abraço

teu

Eliana Pichinine

  certas



palavras



parecem



versos


Eliana Pichinine

Maria Fumaça

Madeixas ao léu

 

viagem 

 

 

sem roteiro

Maria fumaça

 

aprecia

 

paisagens 

 

do coração

Eliana Pichinine

quando


a

vontade


é


profunda


até

o


nó


vira


laço



Eliana Pichinine

Fruto maduro

    


maturidade

é cria do tempo

distribui convites

nem sempre

receptivos:  festa privativa

Eliana Pichinine

a pele

é


muda


de


roupa


pronta

pra

viajar


Eliana `Pichinine

 

a tristeza

não aguentou

seus próprios

lamentos

pediu um tempo

e foi nadar

em outros mares

Eliana Pichinine

 

amor 

 

sem 

 

palavras 

 

faz 

 

leitura

 

corporal

Eliana Pichinine

 
tingiu


o

sentimento

e

pariu



nova 

cor 

Eliana Pichinine

Amassada

 

beijos esquecidos

olhares distantes:

poesia amassada


Eliana Pichinine

 
entre

hoje

e

ontem

coube

uma

insone

madrugada

Eliana Pichinine

Mistura

porto que abriga

leão que devora

mistura que agrada

Eliana Pichinine

Sempre

estive por perto


ainda que

a nuvem da distância


encobrisse tal sentimento







Sempre

estive por perto


ainda que


o sussurro


de seu nome



estivesse encoberto


no silêncio da solidão



Sempre

 estive por perto


ainda que

a inquietante



vontade de reencontrar

aquele sentimento


ficasse calada





Sempre


estive por perto


à espera de um momento



oportuno



Sempre



estive por perto


ainda que ...



Sempre


estive...


ainda....



.Sempre...


Eliana Pichinine

DIACHO!

Já

dizia

tudo

minha

avó!

Eliana Pichinine

procurei
nas palavras


caminhos
de construção


encontrei
vírgulas
acentos
e
interrogação


Eliana Pichinine

   meu

pedaço

de

hoje


é

o

inteiro


que

posso



oferecer


Eliana Pichinine

  coração

puído

descansa

os

sapatos

na 

janela

Eliana Pichinine

CAIXINHA

Banhei aquele afeto

na imagem predileta

da caixinha de memória

Eliana Pichinine

 

tatuei


 beijos


em


 tua


alma?


Eliana Pichinine

O frio e o calor

  Manhã muito fria

na zona norte carioca

Um homem roto

 na calçada

aspirava

bem de perto


a fumaça

e o aroma

dos frangos

assando


Seu rosto

estava ressecado

pelo frio



Os frangos

calados

giravam


bem

aquecidos


Eliana Pichinine

CONSTATAÇÃO

  Caminha


ao meu lado



um batuque


de solidão


Corre em mim


um traço


de alegria


Vive


cá dentro


a força


das marés

Eliana Pichinine

  viver


escolhendo


ou


escolher


vivendo?


Eliana Pichinine

Sabe?

 

aquela dor que não termina?

aquela paixão que fulmina?

aquele calo que desatina?

aquele rosto que desafina?

aquele beijo que descortina?

Eliana Pichinine

Seco

Um

choro

seco

invadiu

minhas 

lágrimas 

Eliana Pichinine

TRAJETO DO POEMA

 Pulei da cama


calcei chinelos




Fui espreitar


a vida


Um tombo daqui

uma risada de  lá


Acompanho cirandas


de palavras


Acordo ruídos

dos cantos

da casa


Meu desjejum

será lanterna

acesa


Visito mundos

internos

sonolentos

esfacelados

coloridos



Descubro

sementes

germinando



Pro almoço

seguirei o instinto


No lanche

degustarei ritmos


Para o jantar


escolherei

suspiros



Eliana Pichinine

Quasímodo

carregava

o

coração

nas

costas


Eliana Pichinine

Confusão?

 
embrulho no estômago

desalinho da razão

suspiros da pele

arrepios no coração

Eliana Pichinine

Quem?

 
quem

sustenta

os

pés

do

dia?

Eliana Pichinine

 gosto do jeito

 que não me olha


Eliana Pichinine

quis

nada

pra

pensar

fiz

tudo

pra

sentir

Eliana Pichinine

 
minha

pele

fica

acordada

quando 

está 

perto 

de 


ti

Eliana Pichinine

PULGA

   

Nos fios da juba

a pulga saltita

como se estivesse

na cama elástica

Suga aos poucos

o sangue

do hospedeiro

e diverte-se

Sabe aproveitar

o pouco tempo

de vida

que lhe resta

Eliana Pichinine

  Cílios

solares

comoveram

janelas

que

apenas

pareciam

vedadas


Eliana Pichinine

Janela

  abri

a


janela


o

poema


ficou

na

sacada




Eliana Pichinine

 
decidi

não esperar

goles

de amor

escolho

o mar

todo

de

uma

vez

Eliana Pichinine

    somos


  feitos

de

laços

e

desenlaços

Eliana Pichinine

Amor

   Amor recém-nascido
 

   [berra]



Amor  debutante

  [estreia]



Amor maduro

[saboreia]


Amor ancião

[acompanha]


Eliana Pichinine

   asas

espreitam

o terreno

antes

do

pouso


as pontas

seguem

a

intuição

da brisa

e

a

coragem

do

vento


Eliana Pichinine

 

quero de ti

outras versões

outros poemas
 

Eliana Pichinine 

Agora

   
O
nosso

olhar
é
o
sol
que
cabe
no
céu
de
agora
Eliana Pichinine

PAIXÃO

  sereia


fisgada


pelo

canto

da

isca


Eliana Pichinine

PORTAL*

Os pés

daquela 

escada

conduziram 

minha

procura

Quando abri

a porta 

do armário

pássaros

voavam

crianças 

brincavam

adolescentes 

contracenavam

num palco

mágico

e dançavam

com a força

e a leveza 

daquela fase

No colégio

as árvores

ouviam 

as conversas

e aconselhavam

Encontrei 

naquelas 

imagens 

reveladas

intensas

e

ricas 

lembranças

Fiquei parada 

por uns instantes

no meio da escada

As fotografias

animavam 

o meu olhar

Desci 

e num 

momento

encantador

 com os

semblantes

que encontrava

cheguei 

a conversar

sobre o tempo

da saudade

de cada um

Sorri 

enquanto 

gotas de

cristal 

passeavam

e regavam 

as histórias

Enxuguei

 o rosto

e fechei

 os álbuns

Até mais!

1/6/11         

Eliana Pichinine

* Lembranças da época do colégio (antigo segundo grau)