MUDEI

já fui

assim


sou

mais

não


hoje

estou

aqui


amanhã

quero

não


Eliana Pichinine

VOO

Olhos


fechados:

                    Alma

                    liberta



Eliana Pichinine

NAMORO

 mãos

entrelaçadas



beijos

prometidos


olhares

enamorados


peles

enrubescidas


12/6/12

Eliana Pichinine

NAMORADEIRA

Na sacada

a

namoradeira


recebia


a


serenata



Mal sabia

o

cantador


que

o


brilho


daquele


olhar


era


apenas


verniz



16/8/12

Eliana Pichinine

LUA MINGUANTE

lua minguante

cochila

na rede


espreita

as estrelas

     Eliana Pichinine

SUSPIRO

A medusa no fundo do poço,

onde não procuro nada,

me chama com seu olhar

de nostalgia.

Sobem as águas escuras,

plenas de tudo o que receio

mas quero ter

 e dar um dia.



Só me resta mergulhar:

primeiro as mãos em ponta

cheias de encontro e de adeus,

depois o rosto desmascarado,

o corpo exausto que se adia.

E por fim,

muito mais calma,

isso que me sobrou de alma


Lya Luft

(In: Para não dizer Adeus)

ALÉM

Morte


é


vida


desnuda?



11/3/10

Eliana Pichinine

DA ROSA

DA ROSA

A rosa,

não buscava a aurora:

quase eterna em seu ramo,

buscava outra coisa.


A rosa,

não buscava nem ciência nem sombra:

confim de carne e sonho,

buscava outra coisa.


A rosa,

não buscava a rosa.

Imóvel lá no céu

buscava outra coisa.


Federico García Lorca


GARCÍA LORCA,  Federico- Sonetos do Amor Obscuro e Divã do Tamarit, Folha, São Paulo, 2012.

DÚVIDAS

Certezas


questionadas


Interrogação


no


olhar:



    Mente

 
   trabalhando


6/3/10

Eliana Pichinine